Linha de separação


8 de fevereiro de 2011

Com a recessão à porta

A Núcleo de conjuntura da Universidade Católica Portuguesa  acabou de divulgar as suas estimativas de evolução da economia portuguesa no 4º trimestre de 2010. A confirmarem-se as suas previsões a nossa economia terá registado uma evolução negativa, com uma variação de -0,3% em relação ao 3º trimestre de 2010, a taxa de desemprego ter-se-á mantido nos 10.9% no 4º trimestre, a procura interna terá caído novamente como no 3º trimestre e as exportações, variável que sustentou o crescimento do PIB em 2010 registaram alguma desaceleração no seu crescimento, neste ´último trimestre de 2010.
Estes são alguns sinais macroeconómicos que conjugados com os indicadores de conjuntura divulgados pelo INE indicam que a nossa economia poderá já no 1º trimestre do corrente ano entrar num novo ciclo recessivo.
Na próxima semana com a divulgação das estimativas rápidas das Contas Nacionais do 4º trimestre de 2010 e com os resultados do Inquérito ao Emprego do 4º trimestre teremos a confirmação destes dados.
Se juntarmos a tudo isto, os cortes nos salários, o aumento das retenções do IRS para os trabalhadores, o aumento do IVA, o aumento dos combustíveis, dos transportes e dos bens essenciais e os cortes nas pensões de reforma, no subsidio de desemprego e nos apoios sociais, estão na verdade a ser criadas as condições objectivas para que em 2011 se conjugem todos os factores necessários a uma profunda recessão.
E venham depois acenar-nos com o aumento das exportações, como se este aumento fosse capaz de superar todas as quedas que se irão registar no consumo privado, público e investimento.
Aliás, não deixa de ser significativo que ao apostar-mos apenas nas exportações, estamos simplesmente à espera que melhore a poder de compra dos espanhóis, dos alemães, dos franceses e dos ingleses, para que possam comprar aquilo que nós lhes queremos exportar. Em contrapartida para os portugueses aquilo que o Governo lhes propõe é o apertar ainda mais do cinto.
Como se vê até parece fácil e sai mais barato apostar só no milagre das exportações.
   

1 comentário:

Ricardo disse...

É caso para se dizer, se o invesitmento reduz-se há vários anos, se o emprego reduz-se, se a procura interna reduz-se, a quem estamos nós a tirar para produzir mais através das exportações?