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5 de maio de 2011

Um bom acordo ou afundamento anunciado?

Com este acordo Portugal vai entrar num longo período de recessão e estagnação. Mesmo sem se saber neste momento qual a taxa de juro que nos vai ser aplicada a verdade é que será uma taxa de juro incomportável com o nosso nível de crescimento, pelo que a dívida e o serviço da dívida vai continuar a agravar-se , tal como a situação económica e social
O caso Grécia aí está a evidenciar que mesmo a redução do défice tem sido impossível sem crescimento. Por isso, a reestruturação da dívida começa a ser encarada, mesmo por aqueles que nem queriam ouvir falar no assunto.!
Nos "mercados" as taxas gregas atingiram os 16% a 10 anos, e os 25% a 2 anos! Agiotagem pura.

O regresso ao mercado da Grécia não será possível.





Por isso, ao mesmo tempo que os gregos negam que queiram reestruturar a sua dívida estão já a negociar no sentido do alongamento do prazo e da diminuição das taxas de juro.O problema reside nos Bancos gregos que também estão cheios de títulos de dívida pública.




Por isso a Grécia vira-se para o Fundo de Estabilização Financeiro Europeu e FMI, pede uma diminuição das taxas de juro. Ao que se diz Ângela Merkel estaria de acordo para evitar males maiores, mas surge outro problema é que baixar as taxas de juro aos gregos significaria que os gregos iriam beneficiar de uma taxa inferior à que os espanhóis estão a pagar no mercado...




Mas o que tudo evidencia é que nos mercados ou no Fundo de Estabilização Europeu e FMI a dívida grega terá que ser reestruturada, o que naturalmente abre caminho a uma renegociação portuguesa. Alguns defendem que a reestruturação da dívida grega deve ser selectiva deixando de lado os bancos gregos e as suas Caixas de Poupança. Há também quem fale num corte da dívida grega de 50%.


Mas no BCE levanta-se o "espantalho" do efeito sistémico e agita-se o espectro do Lehmain Brothers.


Na Comissão Europeia continua a negar-se e a rejeitar-se a reestruturação com vista a salvaguardar a credibilidade do euro. Mas as contradições agudizam-se.




E o caso português não tem melhores perspectivas, ainda por cima com o aumento das taxas de juro do BCE, a valorização do euro e a especulação sobre os combustíveis!




Os partidos da Banca com o Presidente da República podem continuar a falar de um bom acordo, podem continuar a falar no trabalhinho de casa, podem continuar com a mistificação do emagrecimento do Estado e podem continuar a deitar a culpa para as famílias que se endividaram de mais. Mas será que são estas que têm a culpa? Da Banca não se fala é tabú. Os particulares e as famílias dizem, estão muito endividadas. Da Banca não se fala em estar muito endividada ao exterior! Não. Está muito alavancadada. Os particulares estão endividados, a Banca está alavancada!




Mesmo neste "resgate" miserável seria possível a um governo com alguma dignidade nacional ter feito vencimento de algumas exigências.








  • 1. Um prazo para reduzir o défice muito mais longo.




  • 2. Condicionar o serviço da dívida a uma percentagem das exportações




  • 3. Não aceitar medidas que impeçam o crescimento económico pois sem ele não haverá diminuição do défice nem pagamento externa.




  • 4. fazer pagar as medidas de contenção, ao grande capital e ao capital financeiro.













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