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29 de agosto de 2011

ESTARÁ O DR. GOEBBELS A RIR-SE? (1)
É a pergunta que o israelita URI AVNERY, defensor da paz e dos direitos dos palestinianos, nos deixa a propósito do atentado em Oslo e da complacência para com a extrema-direita na Europa e Estados Unidos.
No seu texto, Uri Avnery imagina um telefonema, algures no inferno, entre o ministro da propaganda nazi, Joseph Goebbels e o seu chefe.
“Mein Führer,” exclama excitado, “notícias do mundo! Parece que afinal nós estávamos no caminho certo. O anti-semitismo está a conquistar a Europa!
“Boa”, diz o Führer, “isto será o fim dos judeus!”
“Humm…bem…não exactamente, mein Führer. Parece que nós escolhemos os semitas errados. Nossos herdeiros, os novos Nazis, vão aniquilar os Árabes e todos os outros Muçulmanos na Europa”. Com uma risada, diz: “Afinal, há muitos mais Muçulmanos que Judeus para exterminar”.
“Mas então e acerca dos Judeus?” - insiste Hitler.
“Não vai acreditar nisto: os novos Nazis adoram Israel, o Estado Judaico, e eles são adorados por Israel!”

Uri Avnery, contesta a versão de que o atentado cometido por um neo-nazi noruegês se trate de um incidente isolado, relacionando-o com a tolerância concedida aos movimentos de extrema-direita, à sua propaganda e campanhas racistas e caluniosas. Relaciona ainda com a campanha que a extrema-direita israelita desencadeou contra Yitzhak Rabin, antecedendo o seu assassinato, bem como a posterior alegação que se tinha tratado de um caso isolado.
“Será que a responsabilidade não está também com todos os demagogos sem vergonha, como Netanyahu, que esperaram cavalgar o poder na onda de ódio, medos e preconceitos?” (2)
“São as fases iniciais que são críticas, quando oportunistas políticos verificam que espalhando medo e ódio é o caminho mais fácil para a fortuna e o poder, quando inadaptados sociais se tornam nacionalistas e fanáticos religiosos, quando atacar minorias desprotegidas se torna aceitável como políticas legítimas, quando homenzinhos ridículos se tornam monstros".
“Será o dr. Goebbels que eu ouço rir no inferno?”

1 - Is That Dr. Goebbels Laughing? July 30, 2011 The New Anti-Semitism by Uri Avnery
www.counterpunch. Uri Avnery is a contributor to “The Politics of Anti-Semitism.
2 – Lembro um texto da escritora de ascedência judaica Ania Francos, (“Palestina, liberdade ou morte”, livro editado pela Seara Nova em 1970) demonstrando que os actuais palestinianos são, segundo todas as probabilidades os herdeiros dos hebreus.”À parte os judeus que nunca deixaram a Palestina, quem descende, pois, dos hebreus? Ora bem: quanto a mim o mais seguramente possível os árabes palestinianos (…) estes palestinianos não são árabes puros e não foram decerto invasores, mas sim autóctones arabizados”. (p.27, 34)

28 de agosto de 2011

O PEQUENO DICIONÁRIO CRÍTICO –27 – COMENTADORES NO SEU LABIRINTO

Parafraseando o título de uma obra, aí vemos economistas, jornalistas, srs. professores, enfim, comentadores, no seu labirinto de contradições.
Os que defendiam – há bem poucos meses! – os absurdos tratados da UE perdem-se hoje ao descobrir afinal que “esta” UE assim como está não serve. Mas foi a que o os srs. quiseram e defenderam afincadamente! Foi o que justificaram paulatina e exaustivamente – há sempre tempo de antena para dizer o que os senhores do grande capital querem ouvir - que nem sequer era necessário que o povo se pronunciasse sobre o assunto, as matérias seriam demasiado complexas. Pelos vistos a “ignorância” estava do vosso lado.
Os que defenderam estusiástica e assertivamente todas as “inevitabilidades”, todos os “riscos sistémicos”, pondo liminarmente de parte tudo o que se afastasse do paradigma neoliberal dão hoje voltas e mais voltas para chegar à conclusão que o caminho tem de ser outro, embora não saiam do mesmo sítio. Será que esqueceram o que diziam acerca dos que mostravam à evidência o que ia acontecer e propunham alternativas? Será que esqueceram que candidamente as ignoravam, dizendo que ninguém as tinha apresentado…
Senhores professores e srs. assessores, que tinham todas as certezas sobre como o mundo (económico) girava á volta do capital financeiro, qual Sol irradiando prosperidade, que afinal vai-se a ver era dívida, hoje debatem-se com a magna questão de saber o que é “serviço público”.
Meus senhores, estamos no século XXI! Há dois séculos que pelo menos se sabe o que deve ser. Não estudaram nada da História da vossa disciplina? Bem, aqui a questão é outra, não se trata de saber o que são serviços públicos, mas como vão deixar de ser, de forma que as pessoas o aceitem, como quem não dá por isso.
Que diabo, convenha-se, não é sério querer imitar o Luís de Matos com estas coisas…
O problema é que com os seus preconceitos económicos e ideológicos, são incapazes de encontrara a saída. O que eles todos juntos procuram é convencer as pessoas que existe saída dentro do actual sistema. A saída será encontrada, sim, mas apenas quando o povo derrubar as paredes do labirinto para onde foi empurrado, encontrando a sua própria saída!

27 de agosto de 2011

FMI- as palavras e a pratica

A DIRECTORA GERAL DO FMI AFIRMOU na reunião dos Bancos centrais nos E.U. que a política monetária devia ser extremamente maleável pois o risco duma recessão é maior do que a da inflação. Será que Trichet ouviu? E o ortodoxo ministro das finanças português? Ou só ouve a recomendação da recapitalização da Banca pelo financiamento público
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"La politique macroéconomique doit soutenir la croissance", a souligné l'ancienne ministre française des Finances dans son premier grand discours depuis sa prise de fonction à la tête du FMI en juillet.
"La politique monétaire doit aussi rester extrêmement souple parce que le risque d'une récession est plus élevé que celui de l'inflation."
Elle a souligné la nécessité de restructurer les banques européennes. Pour elle, le moyen le plus efficace serait d'opérer une recapitalisation "substantielle", si possible par des canaux privés ou alors par l'intermédiaire d'une forme de financement public européen.http://www.lesechos.fr/economie-politique/monde/actu/reuters_00373710-christine-lagarde-met-en-garde-contre-un-risque-de-recession-211067.php

A demagogia dos exemplos para português ver

Apanha-se mais depressa um demagogo que um coxo ?
O primeiro ministro na sua primeira viagem de avião ao estrangeiro foi em classe turística dizendo que o fazia para dar o exemplo Decorrido este tempo, será que os outros ministros têm seguido o exemplo , a começar pelo líder do segundo partido da coligação?
Concretamente : será que Paulo Portas tem andado em turística conhecendo-se a sua apetência pelas mordomias...E se não o tem feito, o que é que tem a dizer a isto Passos Coelho ? Nada ?
Espera-se também que o Primeiro ministro mantenha a sua posição de não viajar em primeira nas viagens que vai fazer a Espanha, França e Alemanha...
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26 de agosto de 2011

Notícias sobre a lLíbia

Quando eles começam a revelar a farsa da Rebelião:

Fuerzas especiales de EEUU y la OTAN coordinaron y participaron del asalto a Trípoli

(IAR Noticias) 26-Agosto-2011

El asalto Trípoli por grupos de mercenarios USA-OTAN fue el escenario de mayor participación de fuerzas especiales de cuatro países: Francia, Reino Unido, Emiratos Árabes Unidos y Qatar, señala en un informe el diario francés Le Monde. Agencias internacionales registran la participación activa de comandos extranjeros en el asalto a a Trípoli y en las operaciones de búsqueda del presidente Muamar Kadafi.

Informe
IAR Noticias
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Estos miembros de las fuerzas especiales extranjeras se encuentran dentro de la capital y también rodeándola para asegurar la coordinación entre las fuerzas de la OTAN y los mercenarios anti kadafistas quedisputan una guerra civil hacerse con el control de la capital.

Según Le Monde, las tropas internacionales se han encargado de formar a los rebeldes durante los últimos meses. "Les hemos enseñado el oficio",dice un oficial orgulloso, para el que la conquista de Trípoli "era cuestión de horas o de días", según la respuesta de las tropas del coronel Muamar Kadafi "concentradas en los puntos fuertes".

Hay dos destacamentos kadafistas- continúa el diario- que preocupan a la comunidad internacional: la brigada revolucionaria y la 32 brigada de Khamis, uno de los hijos del mandatario. Ambas están fuertemente armadas y se han convertido en los objetivos principales de la OTAN. Las otras milicias presentan un peligro más relativo ya que "tienen sólo munición".

Así mismo, fuera de la capital, París indica que hay que poner especial atención a Sabha, en el suroeste del país, la población en donde se concentra la tribu de Kadafi, los Kadafa.

Para Le Monde, las fuerzas especiales internacionales juegan un papel muy importante para evitar la descoordinación en un escenario bélico confuso en el que se mezclan la alegría tras entrar en Trípoli, la ira acumulada contra el coronel y la incertidumbre por saber cuándo terminarán los combates.


A " REVOLTA" na LÍBIA

Não está em causa a figura , e as acções de Kadhafi . Relembro entre outras as suas posições em relação à Revolução Portuguesa e o seu apoio aos movimentos separatistas nas Regiões Autónomas... O que está em causa é a insolente hipocrisia. Vejamos algumas leituras ou o que nos dizem articulistas de direita e dos negócios sobre as verdadeiras motivações desta guerra : "A imprensa.carrega como pode nas cores da "autolibertação".Dizer, no entanto que na Líbia está em curso uma revolução espontânea e análoga ao Egipto é ignorar o papel cirúrgico dos aviões da Nato ...
" De resto nos últimos dias a imprensa inglesa tem publicado informações sobre o papel secreto e decisivo de militares ingleses na abertura dos acessos que permitiram aos rebeldes a conquista de Tripoli"
...."esta guerra da Líbia arrisca-se, por isso, a revelar-se o último exemplo de duplo critério e hipocrisia da consciência política ocidental" Pedro Lomba ,Público 25/8/11.

E Fernando Sobral no "Negócios" de hoje:
...".A revolução em armas contra o ditador é um mito. A Nato ultrapassou em muito o mandato da ONU . ....A questão do petróleo é elementar: a Líbia é um importante produtor e ninguém lhe fica indiferente.....Tal como no Iraque, a relação de poder poderá mudar a favor da BP, da Total, da Exxon e da companhia do Qatar..."

O PEQUENO DICIONÁRIO CRÍTICO –26.3 - LINGUAGEM I I I

“10 ESTRATÉGIAS DE MANIPULAÇÃO COLECTIVA” (1)
Um aspecto bem conseguido das falácias, são as boas intenções que não incomodam ninguém e fazem parte da estratégia de adormecimento. Podemos recordar as falácias, a vacuidade do discurso, a linguagem “redonda”  que ocupa os políticos do “arco neoliberal” (ver “Visão e Visões”-Maio.2011).
Sylvain Timsit (1) refere “10 Estratégias de Manipulação Colectiva” que passamos a resumir:
1 – Estratégia de diversão com o objectivo de desviar a atenção do público dos problemas importantes e das mutações decididas pelas elites políticas e económicas, graças a um dilúvio de distracções e informações insignificantes.
2 – Deixar criar os problemas para oferecer soluções. É o caso de criar (ou deixar criar) uma crise económica para fazer aceitar como um mal necessário o recuo dos direitos sociais e o desmantelamento dos serviços públicos (ver “Repartição do Rendimento”- Julho.2011).
3 – Estratégia da degradação, para fazer aceitar uma medida inaceitável basta aplica-la progressivamente. Desemprego massivo, precariedade, flexibilidade, deslocalizações, quebra dos salários, mudanças que teriam provocado uma revolução se fossem aplicadas subitamente. (Refira - se as sucessivas revisões das leis laborais e lembremos o que a CIP ia reivindicando desde o final dos anos 70).
4 – Estratégia do diferido, forma de fazer aceitar decisões impopulares apresentando-as como “dolorosas mas necessárias”. Com isto vai-se deixando tempo para o público se habituar á ideia de mudança com resignação.
5 – Dirigir-se ao público como a crianças, utilizando um discurso com tons de infantilidade. O público terá tendência a reagir com reduzido espírito crítico como se de facto tivesse essa idade.
6 – Fazer apelo ao emocional mais que à reflexão
7 – Manter o público na ignorância, de forma que seja incapaz de entender os métodos usados para se estabelecer o seu controlo. Degradação da qualidade da educação de forma que se torne incompreensível a exploração e a opressão que as políticas e os processos sociais estabelecem.
8 – Encorajar o público a contentar-se com a mediocridade. Promover a vulgaridade, o estúpido a falta de cultura. Tornar a cultura inacessível e não apelativa para a generalidade das pessoas.
9 – Substituir a revolta pela culpabilidade. O indivíduo deve acreditar ser o único responsável pelas suas infelicidades, devido à sua falta de capacidade ou esforços.
10 – Conhecer os indivíduos melhor que eles próprios. Os progressos da psicologia aplicada, da biologia e neurobiologia, permitem exercer um controlo e um maior poder sobre as pessoas e sobre as suas motivações sem que estas se apercebam.

REGRAS INFALÍVEIS PARA PUBLICAR NOTÍCIAS EM PROVENIÊNCIA DA PALESTINA NOS GRANDES MEIOS DE COMUNICAÇÃO (2)
1 – No Médio Oriente são sempre os Árabes que atacam primeiro e é sempre Israel que se defende. Esta defesa chama-se “represálias”.
2 – Nem os Árabes, nem os Palestinianos, nem os Libaneses têm o direito de matar civis. Chama-se a isto “terrorismo”.
3 – Israel tem o direito de matar civis. Chama-se a isto “legítima defesa”.
4 – Quando Israel mata civis em massa, as potencias ocidentais pedem que o faça com mais contenção. Chama-se a isto: “reacções da comunidade internacional”.
5 – Nem os Palestinianos nem os Libaneses têm o direito de capturar soldados israelitas no interior de instalações militares equipadas com sentinelas e postos de combate. Chama-se a isto “sequestro de pessoas sem defesa”.
6 – Israel tem o direito de sequestrar quem quer que seja não importa onde, tantos Palestinianos ou Libaneses quanto quiser. O número actual (em 2008) anda à volta de dez mil, entre os quais 300 crianças e um milhar de mulheres. Não é necessário fornecer a menor prova de culpabilidade. Israel tem o direito manter em detenção indefinidamente os prisioneiros, mesmo se estes forem personalidades eleitas democraticamente pelos palestinianos. Chama-se a isto “prisão de terroristas”
7 – Quando se menciona o nome “Hezbollah” é obrigatório acrescentar na mesma frase”mantido e financiado pela Síria e pelo Irão”.
8 – Quando se menciona “Israel” é categoricamente interdito de acrescentar “mantido e financiado pelos Estados Unidos”. Isto poderia dar a impressão que o conflito é desigual e que a existência de Israel não corre nenhum perigo.
9 – Nas informações respeitantes a Israel é preciso sempre evitar que apareçam as locuções seguintes: “Territórios ocupados”, “Resoluções da ONU”, “Violações dos Direitos Humanos” e “Convenção de Genebra”.
10 – Os Palestinianos como os Libaneses são sempre cobardes que se escondem no meio duma população civil que não os ama. Se dormem nas suas casas, com a sua família, isso tem um nome: “cobardia”. Israel tem o direito de esmagar com bombas e mísseis os bairros onde dormem. Isso chama-se: “golpes cirúrgicos de alta precisão”.
11 – Os Israelitas falam melhor o inglês, o francês, o espanhol ou o português que os Árabes. É esta a razão pela qual merecem ser entrevistados mais frequentemente e portanto de ter com mais frequência que os Árabes ocasião de explicarem à opinião pública as regras acima indicadas. Chama-se a isso “neutralidade jornalística”.
12 – Todas as pessoas que não estejam de acordo com as citadas regras são, e é preciso que isso se saiba: “terroristas anti-semitas altamente perigosos”.

2 – Publicado em www.legrand.soir.info 09.Janeiro. 2009, com a seguinte indicação: “o nosso amigo Emir Sader fez-nos chegar este texto anónimo enviado em francês para o blog que Emir tem na publicação brasileira “Carta Maior”. Título original: “Regras infalíveis para publicar notícias em proveniência do Médio Oriente nos grandes meios de comunicação”.

24 de agosto de 2011

AS BONITAS PALAVRAS

Aonde está a concretização desses grandes princípios com que nos venderam a Europa ?
A Europa da "coesão económica e social"; da "harmonização por cima" das conquistas sociais ; a Europa do Estado social , do "pleno emprego ".
E o que nos que nos dizem agora aqueles que afirmavam que estávamos no" bom caminh0 ", "no poletão da frente", que íamos ter um mercado de centenas de milhões à disposição, com grande poder de compra....
Estão caladinhos e reverentes aceitando as descaradas Cimeiras entre Sarkozi e Merkel que funcionam como um Directório de Grandes Potências , aceitando a especulação sobre a dívida pública , aceitando os juros agiotas que estrangulam 0 povo e o país . São uns artistas na arte da dissimulação
A situação economica , financeira e social da União Europeia vai-se agravando ao mesmo tempo que cresce a concentração da riqueza . Os grandes continuam a recusar a emissão das Euro- obrigações e a especulação contra as dívidas públicas não só continua como se intensifica.
É neste quadro que percebe a proposta do banco Barclays para a criação de uma Agência Europeia de empréstimo para a zona Europeia. Uma maneira de contornar a recusa política das euro- obrigações ....



QUANDO A ESMOLA É GRANDE....

A proposito dos 16 ricos franceses que defendem um imposto especial... QUE afinal querem contrapartidas...
Ler este comentário com humor:
Devant l’appel de seize riches Français pour une contribution « exceptionnelle » de leur part à la guerre contre la dette publique, la première réaction pourrait être le scepticisme, voire la moquerie. Si en effet le mal est chronique, pourquoi la contribution devrait-elle être exceptionnelle ? Si le problème est constant, pourquoi le « sacrifice » – qui à ce niveau là de fortune n’en est pas véritablement un – devrait-il être lui ponctuel ?

Autre dimension à la question : il est tentant de rapprocher la signature de l’appel par Maurice Lévy, P-DG de Publicis, des propos qu’il a tenus dans une tribune libre du Monde il y a moins d’une semaine, où il réclame à demi-mot d’achever le programme néo-libéral avant de se perdre plus avant dans d’oiseuses considérations. « Une profonde réforme de nos structures administratives et de nos systèmes sociaux, écrit-il, au besoin et en complément, par un programme de privatisation dédié exclusivement au désendettement… réduire sensiblement les coûts des charges qui pèsent sur les salaires », sans pour autant porter la moindre attention à ces derniers. Le rêve de Hayek donc, enfin réalisé, en échange d’un impôt « exceptionnel » affectant quelques riches Français ? On a connu des marchés de dupes beaucoup moins choquants, et François Leclerc a raison d’ironiser quand il écrit :

« Appel éminemment louable bien entendu dans son esprit, mais à condition sans doute d’en ignorer les termes : la contrepartie exigée, si l’on comprend bien, par Maurice Lévy, au nom de ces seize riches Français : « une vraie, une sérieuse, une profonde réforme de nos structures administratives et de nos systèmes sociaux, pour pouvoir à l’avenir réduire drastiquement nos coûts… ». Pour qu’il n’y ait pas d’ambiguïté, il ajoutait : « Osons nous attaquer aux vaches sacrées ». Décidément, les grands gestes généreux et désintéressés ne sont plus ce qu’ils étaient ! »

22 de agosto de 2011

O PEQUENO DICIONÁRIO CRÍTICO –26.2 - LINGUAGEM I I

Exemplos da linguagem usada para “defender a liberdade de expressão e de promoção da democracia” quando o país A é considerado “aliado” dos EUA e o país B simplesmente não.

Situação no país A
Descrição de situação idêntica no país B
Aliado, parceiro
Satélite
Cooperação
Ingerência
Manter a ordem
Repressão sobre manifestantes pró democracia
As forças da ordem
O aparelho repressivo do regime
As autoridades
As forças repressivas
Elementos perturbadores
Lutadores pela democracia e direitos humanos
Distúrbios criminosos; vandalismo
Manifestações contra o regime
Terroristas
Rebeldes. Combatentes da liberdade
Oposição que se automarginaliza
Dissidentes que representam a vontade de todo o povo
Critério editorial
Censura
Confrontos entre manifestantes e a polícia
Violência sobre civis
As forças policiais viram-se obrigadas…
Brutal repressão abateu-se…
As manifestações degeneraram em confrontos…
Os elementos pro-democracia foram atacados brutalmente
Os incidentes provocaram feridos entre os quais nas forças policiais
A repressão causou mortes entre os manifestantes
Multidão; muitos milhares de pessoas
Algumas centenas de apoiantes

No pais A para descrever as situações da primeira coluna a linguagem usada ou a atitude comunicacional é a da segunda coluna:

Tortura
Guerra ao terror
Ausência de medidas de defesa da produção nacional
Abertura aos mercados
Poder político subordinado ao poder económico
Democracia
Voos da CIA com presos sem julgamento para centros de tortura
Ignorar – Cortar a palavra se o tema for apresentado; considerar como mera hipótese não confirmada
Repressão e crimes na Colômbia, México, Peru, Honduras, Guatemala, etc.,
Ignorar, nunca referir
Ditadores mascarados de democratas
Ignorar
Golpes de estado anticonstitucionais contra governos que defendam a soberania nacional
Acções para salvar a democracia
Acção sem controlo da corrupção, da especulação e fuga de capitais
Livre empresa, mercado livre
Capitalismo neoliberal, regressão social sobre direitos do trabalho
Democracia, sociedade aberta e competitiva
Austeridade, redução de impostos para a finança e grandes grupos económicos
Políticas salutares
Matar civis
Danos colaterais
Bombardear cidades indefesas (como os nazis em Guernica)
Derrotar a ditadura, exercer pressão para o povo ficar em segurança. Intervenção humanitária
Mortes de civis em países atacados ou em consequência de sanções económicas
Ignorar
Perseguições políticas, milhares de pessoas torturadas, assassínios em massa por governos apoiados pelos EUA e UE
Ignorar.
Jornalistas assassinados em países da América Latina
Ignorar, afirmar repetidamente que em Cuba é que não há liberdade de imprensa (1)
Penetração neocolonial de domínio e dependência
Integração económica, tratados de comércio livre, aliança para o progresso
Bases militares, efectiva ocupação militar de um país
Combater o terrorismo, instaurar a democracia
Guerra não declarada e invasão
Ataque preventivo contra potencial agressor (sem provas ou com provas falsificadas nunca questionadas
Conspiração com base em agentes pagos, subversão na base da manipulação e falsidades
Promover a democracia
Manipulação
Liberdade de imprensa, transparência
Defensores dos direitos sociais e humanos
Elementos Radicais
Direitos dos trabalhadores
Privilégios
Eliminar benefícios sociais
Ajustamentos
Levar tortura, bombas de fragmentação e de urânio empobrecido, matanças cometidas ao acaso, miséria, humilhação e morte (2)
Levar ao Médio Oriente a liberdade e a democracia”.

Criticar a prisão - campo de concentração -dos EUA em Guantanamo (2)
Acto hostil.
Milhares de pessoas que morrem mas mais devagar do que se se lhes atirasse uma bomba para cima. (2)
“Conflto de baixa intensidade”
Quando os amigos (dos EUA), militares e as grandes empresas, se sentam comodamente no poder após golpe de Estado, conduzindo uma política de perseguições e repressão.
A democracia venceu
Seita criminosa que governou o Cambodja derrubada pelos soldados vietnamitas e exilados do Partido Comunistas em 1979.
Os “Khmers Vermelhos” comunistas (3)

1 – O último jornalista assassinado pelo poder político em Cuba, foi-o no tempo do ditador Batista, apoiado sabemos por quem.
2 - Harold Pinter - Discurso de aceitação do prémio Nobel - - www.odiário.info 27.12.08
3 – Recordemos que os “kmers vermelhos” foram apoiados pelos EUA, que os EUA os mantiveram como guerrilha na Tailândia para derrubar o governo de salvação e reconstrução nacional. Na ONU os EUA não reconheceram este governo como representativo do país apoiando a representação dos criminosos Kmers. A comunicação social sempre escondeu ou dissimulou este facto.

No pais B para descrever as situações da primeira coluna a linguagem usada é a da segunda coluna:

Defesa da soberania nacional
Isolacionismo, reaccionário e arcaico
Medidas de tipo keynesianas, controlo do poder económico pelo poder político
Totalitarismo
Preocupações sociais
Extremistas
Compra de armamento sem ser a um país da Nato (ou a Israel)
Ressuscitar a guerra fria; provocação; agressão
Excessos não confirmados postos a circular por fontes ligadas a serviços secretos estrangeiros
Genocídio
Indivíduos pagos por organismos de países estrangeiros para conspirarem contra o governo
Dissidentes, lutadores pela democracia
País que não faz o que os EUA dizem, tal como moderação significa ser como a Arábia Saudita, e fazerem o que nós dizemos (Noam Chomski),
Tirania
Proceder á nacionalização dos recursos naturais do pais, com o apoio da maioria esmagadora da população e cumprindo promessas eleitorais.
País que se encaminha para a ditadura.
Disponibilizar informação mostrando a verdadeira face da política externa dos EUA; discordar dos EUA
Atitude criminosa suspeita de apoiar e proporcionar ajuda a terroristas.
(caso de Julian Assange, por ex.)