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21 de janeiro de 2012

TERMINOU MAIS UMA JORNADA DO CAMPEONATO DA CONCERTAÇÃO




Terminou recentemente mais uma jornada do “jogo democrático” da concertação. O resultado do último jogo foi de 9-1, mas ambas as equipas garantem que foi um bom jogo e sentem-se satisfeitas com o resultado. O que nos parece de facto algo estranho.

Quando era menino de coro dos manejos empresariais ensinaram-me que uma boa negociação era a que resultava numa base “win-to-win”, isto é, ambas as partes ganhavam qualquer coisa. O que me resta ainda de pura ingenuidade perante as subtilezas de certa argumentação é não perceber como é que um resultado “win - not loose so much”, isto é, uns ganham tudo e outros não perdem tanto, pode ser um bom resultado.

Quer-se dizer, não perdem por 10-0, só perdem por 9-1. Acham que foi um muito bom resultado! Podia ser muito pior, dizem, se por exemplo não tivessem jogado. Bem, aqui ainda percebo menos. Entrar num jogo em que os árbitros jogam pelo outro clube, as regras são definidas pela outra parte e ficar nele até ao final em lugar de exigir imparcialidade dos árbitros e regras que não sejam feitas para favorecer certas equipas é admitir à partida a derrota e pior que tudo, validar um jogo com regras mesmo ilegais e inconstitucionais, sucessivamente alteradas ao longo do tempo para que, como se tem verificado, sempre os mesmos ganhem e sempre os mesmos percam!

Como é possível então estar satisfeito com o resultado que apresentam como uma vitória para os seus adeptos, é a questão que nos surge.

Mas a resposta tem contudo sido dada pelos adversários quando elogiam o espírito desportivo dos que se prestam a entrar e perder neste jogo. Não admira, os que ganharam levam as taças e as medalhas para casa e ainda a totalidade das receitas do jogo, festejam a vitória internamente e apresentam-se no campeonato da Europa como incontestáveis ganhadores no seu país. Os outros ficaram em último lugar e mais do que isso preparando-se para a próxima derrota, pois os competidores já sabem como os hão de vencer. Também é fácil: começam por dizer que querem jogar, que apreciam muito o este jogo, mas entretanto noticiam que a vitória desta vez vai ser por 15-0. É o que tem acontecido no passado. Quando o jogo termina o resultado é por 9-1!

Ora, levar adeptos e jogadores de derrota em derrota, não pode ser uma vitória, parece-me…

É caso para perguntar: não acham que participar num jogo viciado, sem oportunidades iguais para todos os participantes não é ser conivente com a transgressão das regras?

Os bem intencionados da conciliação com os piores motivos, vão dizendo que se não fizessem assim seria pior. Mas é sempre pior!

A propósito enquanto o sr. primeiro-ministro perorava na AR sobre este jogo como grande vencedor e os da sua camisola, os mercados riram-se deste provincianismo bacoco, desta falsa vitória ganha com batota e aumentavam os juros acima dos 19% a 5 anos.

Conclusão: o resultado de mais esta jornada do campeonato da concertação, ou seja, da conciliação, traduziu-se afinal numa grande vitória para a banca especuladora!

Mais uma vez, Portugal e o seu povo perderam. Há que mudar de treinador, de jogadores e de regras iníquas! Já é tempo.

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