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27 de fevereiro de 2012

ASSIM VAI O MUNDO…

Eis algumas das notícias que a informação “livre e pluralista” deste país faz por ignorar.
Do site www.counterpunch.org alguns textos recentes:
Grécia
Patrick Cockburn (is the author of Muqtada: Muqtada Al-Sadr, the Shia Revival, and the Struggle for Iraq) fala como a taxa de suicídios aumentou 40% em consequência da crise. A Grécia tinha a taxa mais baixa de suicídios da Europa, agora tem a mais alta.
Trabalhadores de serviços de saúde ganhavam 900€, passaram a ganhar 600€ - com o qual afirmam só poder viver 15 dias – porém muitos têm salários atrasados há meses.
Uma licenciada pela Universidade de Edimburgo para ganhar 870 €, trabalha 12 horas. Não sabe como vai poder sobreviver com as novas medidas, mas considera-se ainda afortunada face aos desempregados.
No entanto nem tudo está mal. Há quem faça bons negócios – com a miséria dos outros, claro. Objetos de valor são vendidos pela classe média, mesmo da camada alta, devastada pela crise, (carros, barcos, etc.) por preços de miséria e exportados principalmente para – claro! – a Alemanha.
Comentário - Não é bem a rapina que Goering e Himler organizavam na 2ª Guerra Mundial, mas está próximo. Se dantes era a “herren volk” que comandava agora são…os “mercados”.

Mike Whitney ( is a contributor to Hopeless: Barack Obama and the Politics of Illusion, forthcoming from AK Press) no seu utexto “A humilhação da Grécia” cita o bem conhecido Mikis Theodoraquis : “Como é que se pode falar de bancarrota no futuro quando já estamos em bancarrota…Não vêm as pessoas esgravatando no lixo ou dormindo nos passeios? Aqueles que nos levaram à bancarrota – a troika e o governo – agora clamam querer salvar-nos da bancarrota. É incrível.”
Os 130 mil milhões não vão salvar a Grécia. Trata-se apenas de ganhar tempo a que os mercados estabilizem ao ponto de poder lidar com a bancarrota da Grécia. A Grécia está a ser sacrificada para evitar um novo Lehman and Brothers.
Aliás a Grécia passa a humilhação de ter de dar prioridade ao pagamento da dívida acima de qualquer outra responsabilidade governamental. Trata-se apenas de assegurar que os bancos alemães e franceses minimizem as suas perdas. Além disso o parlamento terá de passar uma lei que impeça futuros parlamentos de rejeitar os termos atual memorando de acordo.
Eis, pois, o capitalismo a nu.

EUA
Jack Random (is the author of Jazzman Chronicles (Crow Dog Press) and Ghost Dance Insurrection- (Dry Bones Press.)
Em “Guerra aos Trabalhadores”, escreve que a passagem de 35% dos trabalhadores sindicalizados nos anos 50, para 11,9% agora, explica por que os salários estagnaram e os lucros das grandes empresas (corporate profits) literalmente explodiram. Não é preciso procurar mais longe. As estratégias chave da guerra aos trabalhadores consistem em: dividir para reinar.
Os trabalhadores não são propriedade das empresas – afirma, convocando os trabalhadores para imporem uma lei federal que impeça as arbitrariedades em curso, através de leis avulsas.

Andrew Cockburn (has been covering the US military for more than three decades.  He is a contributor to Hopeless: Barack Obama and the Politics of Illusion, forthcoming from AK Press)
Escreve um artigo com o título sugestivo de: “O pentágono, como máquina de mentir”.
Quais as mentiras? Não é preciso aqui descreve-las, basta escutar qualquer dos noticiários com que de hora a hora somos presenteados – ou deverei dizer: Intoxicados?

O VIRUS CAPITALISTA
Escreve Robert Hunziker (earned an MA in economic history at DePaul University. He lives in Los Angeles).
Neste artigo cita os casos de Portugal, Grácia e Irlanda – muito longe de qualquer recuperação, ao contrário do que nos querem convencer.
Quanto ao vírus, basicamente consiste no sindroma da divida: os especuladores afundam as economias, os Estados salvam-nos, os trabalhadores pagam.
Comentário Um conceituado senhor professor Prémio Nobel veio até cá dizer que os salários têm de ser reduzidos para sermos mais competitivos. Parabéns, leva de cá mais uns Honoris Causa. Claro que não veio de graça, e para ouvir disparates destes não era preciso gastar dinheiro que os salários a reduzir têm de pagar…
Agora é ver os de cá pressurosamente a servirem-se deste para convencerem os incautos de que: assim é que tem de ser. Percebe-se que a grande manifestação do Terreiro do Paço, lhes fez engulhos. Teve que vir o Paul Krugmann a correr, e a desmascarar-se…
Para parecerem intelectualmente honestos e merecerem o título de competentes seria bom que os senhores professores dissessem quanto, de acordo com a sua teoria, os salários teriam de baixar.
É urgente que se prepare o antídoto a este vírus…

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