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22 de junho de 2012

NOTÍCIAS QUE A ATUAL CENSURA CORTA

Assassinatos de inocentes pelos EUA
Um Relatório foi apresentado pelo relator especial da ONU para execuções sumárias e extrajudiciais ao Conselho de Direitos Humanos da ONU. Os EUA devem justificar a crescente utilização de drones para realizar assassinatos seleccionados no Afeganistão, Paquistão, Iraque, Somália, Iémen. Estes ataques tiram a vida a muitos inocentes e segundo o relatório poderão estar a violar o direito internacional. Assim, “o governo (dos EUA) deve clarificar os procedimentos postos em prática para garantir que todos os assassinatos estão conformes ao direito humanitário internacional e aos direito humanos e deve especificar todas as medidas tomadas para impedir que haja vítimas assim como medidas para permitir inquéritos independentes, rápidos e eficazes, sobre eventuais violações.”
(www.legrandsoir.info – 20.junho.2012)
Quem diria que isto se passava com um Prémio Nobel da Paz…

Democracia imperialista…
Talvez o que se passa no Egipto se torne mais claro sabendo que os EUA desbloquearam uma ajuda militar de 1,3 mil milhões de dólares; 250 milhões para programas ditos económicos e políticos; além de outra verba para programas secretos. O resultado está à vista. O Conselho Militar Supremo promulgou uma lei que permite a candidatura de altos funcionários do regime de Mubarak, o último primeiro-ministro de Mubaraz é candidato a presidente da Republica, uma constituição provisória que reforça os poderes dos militares foi emitida pelo Conselho que designou ele próprio uma comissão para elaborar a Constituição definitiva. Qualquer que seja o presidente, o poder está nas mãos dos militares, a casta (repressiva e corrupta) que durante 30 anos apoiou Mubarack ao serviço dos EUA, até ser derrubado pelo movimento popular, e que o sr. Obama classifica como garante de “uma transição ordeira e pacífica”.
(Manlio Dinucci - 19 juin 2012 em” il manifesto” - www.legrandsoir.info – 20.junho.2012)

Julian Assange : O que custa ser dissidente no Ocidente…
Wei Ling Chua escreve em Dissident Voice (www.dissident.voice) que os dissidentes ocidentais não gozam da mesma benevolência que os dissidentes chineses. Julian Assange prestou um serviço à Humanidade revelando como as decisões políticas dos EUA eram ditadas pelo controlo do petróleo mais que pela luta contra o terrorismo, e que os assassínios e tortura de milhares de civis eram crimes de guerra. Os políticos do mundo “livre” – diz Wei Ling – não querem reconhecer que ele agiu nobremente revelando violações dos direitos humanos e crimes de guerra pelos EUA e a NATO. O sr. Obama (o tal Prémio Nobel da Paz…) fala de « deplorável fuga de documentos », republicanos querem que seja tratado como “combatente inimigo” ou “terrorista de alta-tecnologia”, outros políticos e certa imprensa pedem-se a sua condenação à morte. Nos EUA, Canadá, Alemanha o acesso ao Wikiliks foi bloqueado. A Interpol tem um mandato de captura contra ele. O principal conselheiro do primeiro-ministro do Canadá pede que seja morto por um drone.
As fontes de financiamento foram fechadas e Wikileaks foi encerrada em 2010. Nos EUA pede-se para que a lei sobre espionagem seja alterada…
Os advogados de defesa de Julian queixam-se de ser vigiados e sofrer pressões dos EUA. Acrescente-se que Julian foi abandonado pelo seu país de origem, a Austrália, cujo governo juntou sua voz à dos EUA. Pode ser que ele acabe como o soldado Bradley Manning (já aqui referido em “Democracia na América” dez.2011) – que divulgou informações sobre assassínios e torturas feitos pelo exército dos EUA, preso há dois anos em condições desumanas, sem ser condenado por nenhum crime, mantido em isolamento, perseguido e privado de sono, como manda o manual da CIA. (tem apenas direito a uma hora de “passeio” por dia para andar às voltas em 8 numa outra cela. Além disto são administrados antidepressivos). O processo de Mannig é mantido secreto pelo mundo “livre”…
(www.legrandsoir.info – 19.junho.2012

O Frankfurter Allgemeine Zeitung põe em causa a versão sobre o massacre de Houla
O massacre de Houla serviu para desencadear apelos a uma intervenção militar contra a Síria (fazendo lembrar outras cenas, depois desmentidas: Sérvia, Líbia, etc.). O jornal investigou e servindo-se de testemunhas oculares, na sua edição de 13.junho descreve como rebeldes sunitas (armados e vindos do exterior) põem em prática a “liquidação” de todas as minorias. Desde há muito que a freira madre Agnès-Mariam De La Croix – que a imprensa ocidental ignora, relata o clima de violência e medo na região de Homs levada a cabo pelos rebeldes sunitas: expulsão de cristãos, violação de jovens, liquidação gradual das minorias. Ela e outras freiras são testemunhas de assassinatos, torturas, clima de terror e violência que os “rebeldes” apoiados pelo prémio Nobel da Paz cometem em nome da democracia imperialista.
Já referimos esta freira em textos sobre a Síria, por exemplo convidou 50 jornalistas católicos para visitarem o país, compareceram 15, nenhum texto sobre as suas visitas foi divulgado. Aos senhores da social-democracia nada disto choca…

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