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26 de novembro de 2012

A política de austeridade na Alemanha em 1930/32




As consequências das políticas de austeridade na Alemanha em 1930, não devem ser esquecidas.
A política de deflação salarial do chanceler Bruning reduziu brutalmente o rendimento médio dos trabalhadores, designadamente na indústria (14% de 1929 a 1932). A queda da procura, as falências e o encerramento das empresas levam a que a taxa de desemprego passe de 13% em 1929 para 43% em 1932.

A lógica do chanceler Bruning foi a de baixar substancialmente as prestações sociais para os desempregados (subsídio de desemprego) acompanhado de uma baixa de salários (10%) e de um aumento de impostos e das quotizações sociais.
Mas em 1931, verificou-se que o défice orçamental não se reduziu, pelo contrário.
Todos os salários foram de novo diminuídos (6%), os subsídios de desemprego drasticamente diminuídos.
Estas medidas agravaram consideravelmente a crise e Bruning demitiu-se em 30 de Março de 1932. Mas o mal estava feito e o desastre económico e social permitiram o sucesso eleitoral do NSDAP, o partido de Hitler nas eleições de 1932. (ver Histoire Ecónomique et Social du Monde – guerres et crises, 1914-1947, Paris, Armand Collin, 1972).
A reescrita da história monetária feita pelo Bundesbank, nos anos 1950 e 1960, procuram apresentar a inflação como a verdadeira causa da ascensão de Hitler ao poder não muda a verdade histórica. «Ora é exactamente a repetição destas políticas de austeridade e de deflaçãoaque se reduz a estratégia que os dirigentes da zona euro são capazes de imaginar». Jacques Sapir – Faut-il sortir de l´euro?

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