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29 de maio de 2013

A diluição dos responsáveis


As omissões que nivelam tudo e branqueiam os responsáveis


O Director do jornal “Negócios”, publicou um interessante editorial no dia 27.
Interessante pelo conteúdo e interessante porque é revelador de como se diluem responsabilidades.
A certa altura escreve: “A operação furacão”, um grupo de bancos vendia serviços de “optimização fiscal” as empresas que terão lesado o Estado em milhões de euros em impostos. Centenas de arguidos ´, dezenas de notáveis, as maiores em presas do país.
O que há-de pensar um país de um Parlamento quando foi esta instituição que, alterando o Código do Processo Penal permitiu a escapatória ao furacão.”.

Repare-se que ao afirmar que foi o Parlamento que alterou o Código do processo Penal para safar os grandes senhores do dinheiro implicados na operação “Furacão” está a meter todos os partidos no mesmo saco. Com mais uma linha o editorialista podia e devia ser mais claro e preciso na atribuição de responsabilidades. Mas como teria de dizer que o PCP não só votou contra, como interveio sobre o assunto denunciando o que estava em causa.o director do Negócios optou pela genertalizacão

Mais à frente o nosso editorialista acrescenta: « o que há-de pensar um país do Banco de Portugal quando há um BPP e dos partidos políticos quando há um BPN»... «O que há-de pensar um país de um governo que vende por 7,5% amnistias aos seus homens mais ricos, para que legalizem o dinheiro que irregularmente tinham fora de Portugal».

Temos aqui o mesmo sofisma. «O que há-de pensar um país dos partidos políticos quando há um caso BPN!»...
Mas o sr. Director do “Negócios” sabe muito bem que houve um partido, o PCP, que na Assembleia da República votou contra a nacionalização do BPN e que denunciou esse escândalo e que inclusivamente disse na altura que a operação BNN iria custar largos milhares aos contribuintes portugueses.
Foi aliás o único partido a votar contra. Também no caso BPP que é citado pelo editorialista o PCP se insurgiu e votou contra a autorização de concessão do aval a este banco gestor de grandes fortunas. O mesmo quanto ao perdão dos 7,5%. O PCP votou contra.
A ambiguidade, a generalização e o preconceito anticomunista serve às mil maravilhas aos responsáveis por esta situação: CDS, PSD,PS.
Até quando?
Aqui é que está o chamado despesismo, o Estado gordo ao serviço da Banca e dos oligarcas . É a política ao serviço do desendividamento da banca (dos banqueiros e dos grandes accionistas).
É o sistema capitalista no seu melhor!

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