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26 de dezembro de 2014

Rublo


Yuan e rupia irão sustentar rublo

Rùssia, China, Índia, rublo, yuan, rupia

O governo da Índia está examinando uma eventual renúncia ao uso do dólar e do euro nas transações comerciais com a Rússia.

A solução da questão pendente está a cargo de três entidades governamentais, a saber, do Ministério das Finanças, Ministério do Comércio e da Indústria e do Ministério das Relações Exteriores. Se supõe que tais operações financeiras sejam efetuadas exclusivamente em rublos e rupias.
Os exportadores indianos têm insistido nessa opção. “Não temos muito tempo para pensar e esperar mais: o rublo instável tem vindo a afetar as exportações calculadas em dólares”, afirma Ajay Sahai, diretor-geral da Federação de Exportadores Indianos (FIEO).
As maiores perdas resultantes da queda do rublo estão sendo sofridas por empresas de produção e exportação de produtos como uvas, pepinos e café. No entanto, as operações financeiras podem ser realizadas em rupias”, realçou.
Uma proposta análoga foi lançada por empresários da China que sugerem passar à contabilidade em sua moeda nacional, o yuan. Andrei Ostrovsky, do Instituto de Oriente Médio, considera que “a questão não é do rublo, mas da Rússia”:
“Ambos os países se mostram interessados em desenvolver as relações económico-comerciais. Se torna cada vez mais complicado fazê-lo através do dólar. A cotação do rublo baixou. A Rússia está interessada em aumentar as exportações em vez das importações. Por isso, perante a Índia e a China se coloca o problema de exportações para a Rússia.
Quando o rublo está em queda, seria mais fácil e vantajoso trabalhar com o yuan e a rupia, já que, recorrendo à terceira divisa, os países exportadores vão sofrendo prejuízos que se avaliam em 10-15% adicionais em relação ao preço de custo. O fator político também tem de ser levado em conta.
Os países do grupo BRICS anuíram em criar o Banco do Desenvolvimento. As operações em moedas nacionais permitirão fortalecer as relações entre a Rússia, a Índia e a China. Na ausência de vínculos financeiros é muito difícil dinamizar as trocas comerciais”.
Importa realçar que as propostas sobre a renúncia ao dólar nas operações financeiras com a Rússia haviam sido lançadas e debatidas ainda antes da queda do rublo. Os exportadores indianos se debatem com problemas causados pela diminuição da procura no mercado dos EUA, a recessão económica no Japão e a crise na Europa. Os exportadores da China também vão enfrentando a quebra da demanda nos mercados externos. Por isso, a Índia e a China se dispõem a suportar o rublo, perseguindo, contudo, seus interesses próprios, opina o economista, Alexander Salitsky:
“Tanto a China, como a Índia se manifestam interessadas em atribuir um status internacional ou regional às suas moedas nacionais. Os acordos com a Rússia, celebrados no âmbito do BRICS, estão virados para o uso das moedas nacionais em operações financeiras entre os parceiros.

Ao passo que nesses países vai ocorrendo o fortalecimento dos setores económicos competitivos a nível global, as transações entre eles deve ser elevada a um novo patamar. Mas o processo é capaz de virar duradouro. São necessários mecanismos vantajosos para os contra-agentes. Tal necessidade se faz sentir perante da falta de profissionalismo de especuladores russos, o que suscitou nervosismo após a brusca queda do rublo em relação ao dólar”.
Isto se repercutiu nas relações da Rússia com seus parceiros económicos. Entretanto, o dirigente do Centro de Pesquisas do Oriente junto do MRE da Rússia, Andrei Volodin, não tem dúvidas de que o abandono do dólar está ganhando a força:
“O mecanismo é simples. Se o intercâmbio comercial entre os países com economias emergentes vem superando o volume de negócios entre os países industrializados, o recurso ao dólar, visto como mediador financeiro, será praticamente reduzido a zero. O processo vai ganhando vulto, dado que muitas economias emergentes têm sentido o impacto negativo da moeda norte-americana. A swap de divisas seria o primeiro passo na passagem à contabilidade em moedas nacionais. A Índia, a China, a Rússia e o Brasil já estão procedendo a tal prática”.
Em virtude disso, a China decidiu não corrigir o acordo de swap rublo-yuan não obstante a baixa cotação do rublo
Leia mais: http://portuguese.ruvr.ru/news/2014_12_25/Yuan-e-rupia-ir-o-sustentar-rublo-1304/

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