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14 de junho de 2016

Diferentes terrorismos…

Conforme se passam na Síria ou em França.
Um atentado terrorista em França, ou noutro país da NATO, é justificadamente noticiado com dramatismo e sucedem-se atos de repúdio, mesmo durante dias. Os “comentadores”, fazem indignadas dissertações, tendo o cuidado de escamotear as causas do mesmo, nunca colocando a questão: por que é que há uns quinze anos o problema praticamente não se colocava?
Na Síria, as derrotas infligidas ao DAESH (apesar dos apoios da Turquia (NATO), Arábia Saudita, monarquias do Golfo) levam o chamado “Estado Islâmico” a atos terroristas. Vejamos como foram noticiados recentes atentados terroristas na Síria que mataram mais de centena e meia de civis.
A notícia foi dada, rapidamente com neutralidade e indiferença: “atentados reivindicados por militantes do DAESH mataram…"
O termo terrorista desapareceu substituído por “militante” , termo respeitável que se atribuí a pessoa que luta por uma causa.
Em França, ou noutro país da NATO, combater o terrorismo é defender a liberdade. Na Síria combater o terrorismo é defender uma "ditadura."
Muitos exemplos podiam ser dados sobre questões de linguagem, desde os bombardeamentos NATO, aos drones, aos “danos colaterais dos EUA, às manifestações contra o governo se forem em França ou na Venezuela, etc.
Para desmontar a manipulação da comunicação social, é útil analisar a linguagem em termos marxistas. Para o marxismo, a linguagem é a expressão material do pensamento. As classes sociais utilizam-na em proveito próprio em conformidade com a sua consciência de classe.
No capitalismo, a classe social dominante impõe as suas próprias expressões. Procura tornar ininteligíveis expressões só compreensíveis em função da consciência de classe. É assim que por exemplo, se procura eliminar do léxico umas, como imperialismo, luta de classes, planeamento económico democrático, ou deturpa-las, diabolizando-as como socialismo, centralismo democrático, marxismo-leninismo.
É tudo uma questão de linguagem, só que não só: é a questão dos interesses e do pensamento que lhe serve de suporte.

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