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22 de novembro de 2016

A Venezuela, desapareceu dos media…

Parece estranho como um tema que ocupava reportagens e comentários se evaporou do espaço mediático. É estranho mas comum, ignoraram as eleições na Rússia, como na Bulgária e na Moldava que deu a vitória a gente alinhada com a Rússia e à esquerda e em que  partidos pró UE se afundaram. É a censura globalizada a funcionar…
O que aconteceu na Venezuela foi que os protofascistas do neoliberalismo apoiados pelos EUA e pelo clã social-democrata desta UE falharam o golpe.
A sabotagem económica teve resposta firme do governo bolivariano. O presidente Maduro em vez de se render radicalizou posições no sentido da mobilização e esclarecimento populares, combateu a sabotagem económica e aumentou o controlo sobre as redes de distribuição.
As manifestações da direita/extrema-direita que pretendiam mais uma daquelas “revoluções laranja” fomentadas à força de dólares tinham cada vez menos adeptos, descredibilizando-se pela violência, ódios instilados e suas consequências. Pelo contrário a mobilização das forças populares foi determinante atingindo uma dimensão e entusiasmo que fez calar a reação e frustrou o seu objetivo de “tomar o palácio presidencial”.
A oposição aceitou então a proposta do governo de se sentar à mesa das negociações e foi estabelecido um acordo.
Claro que face a isto os propagandistas da desinformação tiveram de se calar. Falavam em “presos políticos”, mas agora a oposição considera que apenas existem “pessoas presas”. Falavam que as deficiências do abastecimento e o mercado negro eram um exemplo “da falência do socialismo” e dos partidos “das prateleiras vazias”. Agora a oposição reconhece que existe uma guerra económica e compromete-se a combater também a sabotagem da economia.
Os comentadores falaram no caos que o sector público tinha lançado na distribuição. Agora a oposição aceita as políticas de cooperação entre o sector público e privado na distribuição de bens.
Mas a direita aceita também a demissão de três dos seus deputados eleitos fraudulentamente. As eleições vão ser repetidas numa província. Lá ficaram os media sem os argumentos para a “ditadura bolivariana” mantida no poder por “ações arbitrárias e fraudes”.
A legalidade constitucional venceu e com ela a Revolução. Porém as contradições permanecem. A derrota nas eleições legislativas deveu-se a fragilidades do processo revolucionário, como não ter estabelecido o controlo público sobre os sectores estratégicos – distribuição por exemplo – concessões à burguesia, corrupção e desvios nas próprias fileiras. A perda nas eleições parlamentares deveu-se mais à abstenção do lado bolivariano do que a ganhos da direita. É certo que camadas antes pobres foram também seduzidas pela propaganda da direita do consumismo, da liberdade de escolha e da calúnia instituída como é sua norma de estratégia .
O governo bolivariano ultrapassou esta luta porque soube ir buscar energias revolucionárias onde de facto existem: ao povo.

1 comentário:

Anónimo disse...

Wishful thinking.