Linha de separação


25 de janeiro de 2017

Anatomia de um Nobel da Paz

Durante os 8 anos de mandato de Obama, a divida pública dos EUA passou de 11 para 20 milhões de milhões de dólares (aumento de 1 250 mil milhões por ano, 3 mil milhões /dia!). Tal deveu-se à sua política de defender os interesses da finança e do grande capital e às guerras.
As desigualdades aumentaram, os salários reais baixaram, o aumento da riqueza nacional foi absorvido em mais de 90% pelo 1% mais rico. Os serviços públicos e sociais degradaram-se. Mais de 46 milhões de cidadãos – a maioria negros e hispânicos – encontram-se abaixo do limite de pobreza; 2 milhões de presos. Se as estatísticas de emprego mantivessem os critérios dos anos 80, o desemprego atingiria uns 21%. (Paul C. Roberts) O seguro médico pago pelo Estado aos privados (redigido per representantes das seguradoras e farmacêuticas) tinha uma franquia de 6 500 dólares por família em 2015.
No campo militar a ação deste Nobel da Paz foi um desastre prosseguindo as guerras anteriores, fomentando outras na Líbia e na Síria. No Iraque a pseudo retirada foi um fiasco. Obama os gastos militares atingiram em média 653,6 mil milhões de dólares ano, mais 18,7 mil milhões que George W Bush. As despesas da Rússia são 10% destas.
As forças militares dos EUA, estão presentes em 138 países, em comparação com 60 quando Obama tomou posse. Com Obama os EUA e aliados deitaram 100 000 bombas e mísseis, em sete países, contra os 70 000 em cinco países por Bush.
A utilização de drones aumentou 10 vezes, atingindo toda a espécie de alvos e vítimas civis. Foram recrutadas e treinadas forças mercenárias para combaterem na Líbia e Síria, e esquadrões da morte para abaterem no Iraque alvos políticos “incómodos”. O total de mortes infligidas desde o 11 de setembro, em guerras terá atingido 2 milhões de pessoas.
O bombardeamento norte-americano na nova campanha no Iraque e na Síria, desde 2014 é muito mais pesado que antes com 65 730 ataques de bombas e mísseis em 2,5 anos. O Iraque, golpeado com 74 000 bombas e mísseis, foi desde 2014 golpeado com 41 000, incluindo no atual cerco e bombardeio de Mossul.
A China e a Rússia encontram-se cercadas por centenas de bases militares dos EUA. Além disto, é evidente o apoio às agressões de Israel ao povo palestiniano e dos crimes da Arábia Saudita contra o povo do Iémen.
Obama nomeou para a CIA, chefias militares e governo conhecidos “falcões” como a secretária de Estado Hillary Clinton e a embaixadora na ONU Samantha Power. Tudo isto tem contudo uma coerência interna: a General Dynamics (grande fabricante de armamento pesado, submarinos, navios de guerra) financiou a carreira política de Barack Obama.
Entretanto permanecem presos em Guantánamo – os que ainda não foram enviados para prisões secretas em países aliados (ou vassalos). O relatório sobre o programa de tortura da CIA permanece secreto (apenas divulgado um resumo de 500 pág. de um texto de 6 700). 

Sem comentários: