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24 de janeiro de 2017

Os farsantes


Em certas datas do ano , comentadores , partidos da direita e outros benfeitores costumam-se lembrar dos  " mais desfavorecidos !
O Natal é a data mais solene para estas declarações ou então quando sai alguma estatística a revelar nova nova concentração da riqueza . É preciso tomar medidas , costumam dizer nessa altura...Depois volta tudo à mesma . E quando é preciso tomar medidas como agora no caso do modesto aumento do salário mínimo , os Duques do Expresso , os Camilos Lourenços do Negócios e restante companhia , lá vem com os cálculos , mais do que discutíveis dos ganhos de produtividade e da perda de competitividade - esquecendo-se  sempre do Euro , dos custos energéticos , do relativo pouco peso dos salários na formação dos custos das empresas exportadoras embora tenham agora à disposição uma nova "Matriz - in put aout put " , para actualizar os cálculos !
A TSU é necessária , são precisas medidas compensatórias dizem. Chegam a falar das micro  empresas  que são empresas familiares... Vale tudo para que continue a concentração da riqueza e o definhamento do mercado interno causa principal das dificuldades das pequenas e médias empresas e principal obstáculo ao investimento referido nos inquéritos de opinião referido pelos empresários .
A economia é vista por estes merceeiros apenas pelo interesse das grandes empresas e designadamente as exportadoras que são as que sustentam  directa ou indirectamente-publicidade-a imprensa onde escrevem.
Mas eles sabem que se houvesse uma mera actualização , tendo em conta o índice de preços , desde 1974, o salário mínimo deveria estar acima dos 620 euros para não perder poder de compra , e sabem também que não têm dados fiáveis para fazerem esses cálculos sobre a evolução da produtividade aparente do trabalho desde essa data.
Sabem também que em 2016 o salário mínimo mensal em Portugal tendo em conta os subsídios  era em Portugal de 618 ,3 euros e em paridades de poder de compra de764,1. , quando , por exemplo ,era na Grécia respectivamente de 683,8 e de 819,9 e aqui na vizinha Espanha de 764,4 e de 847, 9 euros .
Depois fazem se espantados pela concentração da riqueza e declaram que a economia portuguesa não  pode assentar nos baixos salários . Farsantes


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