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13 de maio de 2017

Peregrinos, pedi à Senhora para não fazer mais milagres

Houve o milagre de acabar como o “comunismo”, que na realidade nunca existiu, Partidos Comunistas sim, mas estes – pelo menos os que se mantiveram coerentes com os fundamentos ideológicos que lhes deram origem – fizeram o milagre de não desaparecer.
Um milagre que cerca de 80% dos cidadãos da URSS recusavam, e foi produzido com a ajuda de figurões queridos do capitalismo, como Ieltsin a bombardear o Parlamento russo, matando gente inocente, já depois de eleições multipartidárias, mas que não tinham dado o resultado desejado pelos EUA.
O milagre na Rússia fez a esperança de vida da população regredir para níveis dos países menos desenvolvidos. O Economist de 21/09/1996 titulava: “Finalmente livres, para morrer”, dado que a esperança de vida masculina tinha descido para 58 anos. “Cada mês mais de 20 000 russos morrem, os quais sob o comunismo podiam esperar viver muito mais tempo.” Isto é, em 10 anos 2,4 milhões de pessoas. Um genocídio. A população decresceu cerca de 1,5% em 10 anos.
Os modelos adotados nos anos 90 para a Rússia e outros Estados ex-soviéticos, causaram a degradação em todas as esferas da vida. O mesmo ocorreu em todos os países ex-socialistas e de uma forma geral por todo o mundo sujeito a modelos económicos e sociais da mesma índole.
Pobreza, miséria, retrocessos civilizacionais na cultura, nos apoios sociais, nos direitos dos trabalhadores. Na ex-URSS (e de uma forma geral nos países ex-socialistas) viram-se soldados transformados em pedintes, pobreza, desespero, suicídios de operários e camponeses desempregados ou desapossados, indústrias desmanteladas, emigração em massa, a cultura e os artistas abandonados, exceto alguns adotados temporariamente pelo capitalismo e logo ignorados. Crianças levadas para a prostituição, jovens universitárias e licenciadas prostituindo-se ou aceitando trabalhos servis, sem direitos, ou presas do crime organizado, que aproveitou a “liberdade” que o capital lhe oferecia e se impôs.
Países envolveram-se em guerras fratricidas. Pelos vários continentes países vítimas da agressão imperialista tornaram-se entraram no caos económico e social.
Ainda recentemente, a propósito do milagre, comentadores referiam com mágoa que os tempos do inepto e corrupto fantoche da NATO e da CIA, Ieltsin, não perdurassem, clamando contra o ditador Putin, porém, confessavam que a maioria do povo o apoiava.
A Rússia recupera económica e socialmente, mas passa a ser diabolizada. Está rodeada de bases militares da NATO e dos EUA como nunca e sujeita a sanções económicas, contudo desenvolveu. modernizou  e prestigiou as suas Forças Armadas. Qualquer ataque levaria a um holocausto mundial. O mundo está mais perigoso que nunca, há mais guerras, mais vítimas, mais terrorismo, mais desigualdades, pobreza e sofrimento. Fascistas e neonazis, violência e corrupção generalizada, protegida e financiada de fora, tomou conta de vários países ex-socialistas.
Mas sabem, uma sondagem revelou que desde 1990 o prestígio de Estaline entre a população russa tinha triplicado.

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