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15 de julho de 2017

Palestina Esquecida

Ora aqui está um tema a sugerir à Srª Pimentel cronista da antena 1 RDP-as medidas de segurança da velha senhora


14 de julho de 2017 - 16h42 

Campanha exige a libertação de duas palestinas detidas por Israel



A detenção administrativa é uma categoria herdada do Mandato Britânico na Palestina findo em 1947 e incorporada por Israel ao seu ordenamento jurídico em três formatos diferentes, um para os cidadãos de Israel, mas só usado contra os de origem palestina (a Lei de Poderes de Emergência para Detenção, de 1979), outro para os palestinos da Cisjordânia ocupada (ordem militar 1651) e outro para os palestinos da Faixa de Gaza (Lei sobre Combatentes Ilegais, que retira arbitrariamente dos residentes de Gaza a proteção prevista nas Convenções de Genebra do Direito Internacional Humanitário).


Sob esta categoria, “suspeitos” podem ser detidos por períodos de seis meses renováveis de forma indefinida e sem julgamento, sem acesso à defesa, em restrito ou nulo contato com a família, sujeitos a interrogatórios que buscam induzir ou impor uma confissão através de tortura – inclusive forçando a assinatura de documentos escritos em hebraico, conforme vastamente denunciado por organizações de defesa dos direitos humanos palestinas e israelenses.

A família dos detidos também é acossada e punida com a demolição de casas, a revogação de permissões para trabalho, movimentação ou habitação, ou ainda detenção, entre outras, em clara violação do Direito Internacional Humanitário, que condena a “punição coletiva” em territórios militarmente ocupados.

Atualmente, de acordo com a Associação de Apoio aos Prisioneiros e Direitos Humanos “Addameer”, há 490 detidos administrativamente, dos quais nove são membros do Conselho Legislativo da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), como Khalida. O total de prisioneiros é de 6.200 palestinos e palestinas, dos quais 300 são crianças e 12 são parlamentares, cujos julgamentos ocorrem em cortes militares, onde até mesmo “provas secretas” são admissíveis.

Em abril de 2015, Khalida foi detida supostamente por se recusar a cumprir uma ordem de mudança da sua residência para Jericó, entre outras alegações, e ficou presa por um ano, após diversos episódios também rotineiros de adiamento da sua audiência em corte militar, até que foi condenada em dezembro a 15 meses de prisão e liberada em junho de 2016. Sua atividade de comprometida defesa dos direitos humanos dos prisioneiros e prisioneiras tem sido um dos principais motivos para a sua perseguição pelas forças israelenses.

Diversas entidades sociais e partidos políticos já se manifestaram em repúdio à detenção arbitrária de Khalida e Khitam. As ordens de detenção administrativa foram emitidas pelo comando militar da ocupação israelense e a audiência para a confirmação da ordem contra Khalida foi marcada para segunda-feira (17).

Em 2015, Khalida escreveu, desde o cárcere, aos movimentos solidários em todo o mundo: “Isso é para nós o preço a pagar pela nossa libertação, pela nossa dignidade e a do mundo inteiro. Nós nos fortalecemos com a sua solidariedade, ficamos de pé e continuamos a nossa luta enquanto ouvimos suas vozes solidárias à nossa resistência.

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